https://processofolio.tumblr.com/post/181403997654/pelas-pol%C3%ADticas-recentes-para-com-os-conte%C3%BAdos
Pelas políticas recentes para com os conteúdos adultos por parte do Tumblr, que é propriedade do Yahoo, e que é por sua vez de um conglomerado chamado Verizon, deixo a plataforma processofolio.tumblr.com. Verizon é grande: atua na distribuição da rede nos EUA, assim como nas discussões sobre neutralidade da internet e da criação ou não de nichos privados de rede para determinadas empresas. Com relação ao conteúdo adulto no Tumblr, a discussão é antiga, e já assumiu diversos matizes. Houve a época em que falaram em liberdade de expressão ao optarem por não deletar todo o conteúdo sexual, mas sim escondê-lo nas buscas no site. E agora há proibição e exclusão dessas postagens, passando por cima do histórico hospedado ali há anos, das comunidades que surgiram em torno da plataforma, fora o critério de gênero para definir a exclusão dos conteúdos, afetando militâncias, artistas… afetando mulheres, em suma. Há também a confusão do algoritmo da plataforma, que exclui como conteúdo adulto postagens que nada correspondem a isso, como fotos de dedos, ônibus e, como aconteceu comigo e que recentemente me dei conta, com uma foto de um pedaço de papelão enrolado num cobertor. Mas não é exatamente por essa foto que deixo o Tumblr.
Carrego ainda comigo a vontade de, cada vez mais,
usar softwares e sites que somem por uma diversidade na rede. Códigos
abertos, copyleft, usos que me lembrem meus antigos aplicativos peer to
peer, que me abriram pela primeira vez a possibilidade de consumir
conteúdo de forma livre, aberta e um pouco pirata, confesso. Os tempos
mudaram; artistas conseguem arrecadar com visualizações de seu conteúdo
no Youtube; as gravadoras se metamorfosearam em aplicativos de streaming
musical. Quem sou eu para dizer que isso é ruim para todes? Sou um dos
poucos conservadores nisso, eu sei. Mas o que me preocupa é que
estejamos presxs às grandes corporações em suas flutuações, que resvalam
no que consideram moralmente, ideologicamente. De uma hora para outra,
podemos lidar com uma nova informação dizendo que a neutralidade da
internet e o amplo acesso já não são mais importantes, que agora vamos
precisar pagar, ou que os currais se fecham um pouco mais para quem
sonha em uma internet que ensaie alguma autonomia das populações do
globo.
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