https://tinyletter.com/newstertulia/letters/31-a-m-sica-faz-o-mundo-girar
Olá, pessoas da internet! Giulia aqui. Esta é uma news complicada. É a última news por um tempo e isso faz dela bastante agridoce. Na última semana, a equipe tirou um momento para avaliar alguns pontos e entre eles, estava a Tertúlia. A conversa foi muito importante e esclarecedora e nós chegamos à conclusão de que precisamos parar com a newsletter por um tempo. Não queremos continuar sem antes resolver questões que afetariam a Tertúlia diretamente. Não é justo com nossos leitores ou conosco. Optamos então por um novo hiatus, que não temos certeza de quanto tempo vai durar. Ao menos neste momento, é a coisa certa a se fazer. Por enquanto, vocês ficam com a minha news do ciclo sobre música: Sobre como a música me manteve viva no sentido mais pleno.
“Não importa o que você esteja passando: Você não está sozinho. E esta é a beleza da música. A música conecta todos e cada um de nós e com isso nós nos tornamos uma força imbatível que pode conquistar tudo e qualquer coisa que a vida nos atira.” - Mandy Lee
Na festa da vida, eu sou aquela que grita “É A MINHA MÚSICA” na maior parte das músicas que começam a tocar. Estou sempre pronta a gritar a letra de qualquer música que tenha marcado um momento da minha vida, enquanto balanço feito doida na cadeira porque não tenho coordenação motora o suficiente para dançar em pé sem causar um acidente. Qualquer música que tenha sido importante na minha vida, seja um guilty pleasure, seja uma música cuja melodia faz meu coração pular ou cuja letra está escrita em vários cadernos meus, ou na verdade, qualquer música que eu saiba a letra inteira, se torna “minha música” assim que começa a tocar. Mas, é claro, algumas músicas são mais “minha música” do que outras.
Nunca soube de verdade o quanto a música era importante para mim até encontrar a banda que se tornou a minha banda preferida. Eu sempre comparo a descoberta da música deles a encontrar o amor verdadeiro porque em vários sentidos foi exatamente o que aconteceu. Foi assim como no amor à primeira vista que os filmes tanto falam: eu ouvi uma melodia que gostei e fui atrás da música inteira; aos dez segundos de música, me dei conta de que tinha encontrado a única música que eu queria ouvir pelo resto da minha vida. Faz dois anos e nós continuamos mais apaixonadas do que nunca.
Depois que eles entraram na minha vida - o nome da banda é MisterWives e eu não sei como colocar ênfase o suficiente: Procurem sobre eles. Vocês precisam da música deles na vida de vocês. -, meu relacionamento com a música mudou. Era mais que uma distração ou entretenimento, era uma tarefa de imersão. Eu pressionava o play e entrava completamente no universo da música. Nas letras e na melodia. Eu me tornei aquela pessoa que fica brava quando precisa pausar a música por motivos absurdos como atender uma ligação. Encontro desculpas para passar mais tempo ouvindo música, como por exemplo, pegar o ônibus que faz o percurso mais longo para voltar para casa. Só que a parte que me leva a acreditar que a música fez muito mais por mim nos últimos dois anos do que fez nos 17 antes dele, não é o fato de eu ter ficado muito mais obcecada por música naquele período. Foi o fato dele ter acontecido durante uma das partes mais complicadas da minha vida.
Eu tinha acabado de entrar na faculdade e, se você já passou por isso, sabe que tudo que você acredita saber é violentamente mudado nos primeiros meses. E mesmo que não estivessem acontecendo outras coisas na minha vida pessoal, a faculdade quebra você, ela te transforma… E foi a música que me ajudou a lidar com isso. Eu penso bastante sobre como ouvir algumas músicas leva a lembranças claras de um momento. Não precisa ser uma música que combine com o momento. Você pode ter ouvido dois segundos da música no momento e associar ela com ele para sempre. Por exemplo, “My Way” do Calvin Harris me lembra Belo Horizonte, porque um dos doze Uberes que eu peguei na viagem que fiz para lá tocou essa música. Tem algumas músicas que só de ouvir o comecinho já me trazem a sensação de estar em um ônibus lotado indo para a escola em 2009. Uma música pode marcar um momento, ressignificar ele ou mudá-lo completamente.
Seja nas noites viradas fazendo trabalho (eu acredito que é biologicamente impossível para mim trabalhar por mais de duas horas consecutivas sem fazer uma pausa para dançar espontaneamente ao som de qualquer música), ou quando eu estou tão mentalmente cansada que não consigo lidar com os meus próprios pensamentos, a música é o que me move. Quando não sei descrever o que está acontecendo ou como eu me sinto, a música fala por mim. E quando as coisas ficam mais obscuras e eu não sei o que estou sentindo ou o que deveria sentir, a música me ajuda a sentir algo. A música mantém o mundo girando quando ele parece congelado e me mantém viva quando a vida perde todo seu sentido.
Antes de ir:
MisterWives - Machine: Eu já recomendei eles, mas MisterWives acaba de lançar o clipe de seu single mais recente, Machine. O clipe se passa em uma sociedade distópica e pós-apocalíptica com mutantes e foi inspirado por Mad Max. Em resumo, é maravilhoso.
Grey - I Miss You feat. Bahari: Além disso, minha outra banda preferida, Bahari, de quem eu falei no especial de fim de ano, fez uma participação especial na nova música do duo Grey, I Miss You. O clipe saiu esta semana e salvou minha vida.
É isso por enquanto. Nos vemos em algum lugar,
Giulia.
P.S.: A equipe Tertúlia ama vocês e diz "até breve".
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